sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sopa de rama de beterraba

Semanalmente, visitamos a frutaria da Dona Gracinda para nos abastecermos de frutas e legumes, escolhidos cuidadosamente pelo Senhor José para serem vendidos na sua loja. Já experimentámos outros estabelecimentos, mas nenhum se compara à qualidade dos produtos oferecidos por este casal - e por isso somos clientes  fiéis desde há anos.

No fim de semana passado, acabaram cá em casa um monte de beterrabas com ramas frondosas. As beterrabas irão transformar-se numa salada marroquina, mas o que fazer das ramas?

Resolvi experimentá-las em sopa. E resultou muito bem!




Ingredientes:

1 cebola
2 dentes de alho
1 nabo
1 beringela
20 cenouras
Rama de 2 beterrabas
Sal

Separar as folhas dos talos. Cortar as folhas em juliana, como se fosse couve para caldo-verde.

Pôr na panela a cebola, o alho, o nabo, a beringela, as cenouras e uma mão cheia de talos de beterraba. Levar ao lume com água suficiente até cozer os legumes. Triturar com a varinha mágica até obter um creme.

Acrescentar as folhas e cozer em lume brando durante 30 minutos. Tirar do lume e temperar de sal.




quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Broa de milho

Este post foi publicado pela primeira vez no site Portugalize Me.



Quando era criança, os meus pais tiveram a oportunidade de ir trabalhar para a Ásia, mais exatamente para Macau. Para mim, naquele tempo, a Ásia era o outro lado do mundo, um continente completamente desconhecido, que não conseguia imaginar, portanto não sabia o que esperar. Essa notícia deixou-me aflita, assustada, confusa e só parei de chorar quando o meu pai me prometeu que me comprava um boneco de peluche do meu tamanho. Bom, um sítio onde havia bonecos de peluche do meu tamanho não havia de ser tão mau assim…
Nos primeiros tempos em Macau, vivi momentos de excitação e curiosidade perante esta nova aventura, mas também senti dificuldades de adaptação. Sentia falta das coisas conhecidas, dos cheiros e sabores a que me tinha habituado desde pequena. A comida era tão diferente! Quando chegávamos a um restaurante para comer, havia um vazio na mesa que me fazia sentir uma falta imensa de uma coisa tão simples e tão portuguesa – não havia o pão de Mafra cortado às fatias e os pacotinhos de manteiga para barrar.
Para uma pessoa que sai do país, em criança ou já adulta, uma das coisas que mais falta sente são indubitavelmente os sabores da comida portuguesa, indissociáveis das memórias infantis, da presença de uma mãe que cuida de nós e nos alimenta, do sentimento de estar em contacto com algo que tem a ver com as nossas origens e a nossa identidade.
Por melhor que seja o sítio para onde se vai, e por muito que se aprecie a gastronomia dos outros países, há sempre um momento em que cada pessoa tem saudades do seu “pão com manteiga”. Por isso, para todos os que sentiram, sentem ou irão sentir saudades do pão à maneira portuguesa, aqui fica uma receita de um dos meus pães tradicionais preferidos – a broa de milho. Com uma variante – utiliza-se farinha de trigo integral em vez de farinha branca.
Eu faço esta receita numa batedeira profissional, com a vareta de amassar; mas a mesma receita pode ser usada na máquina do pão, no robot de cozinha ou mesmo amassando manualmente.
Ingredientes
250 g farinha de milho
250 g de farinha de trigo integral
1 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de mel
2 saquetas de fermento para pão (cerca de 10 g)
300 ml de água tépida

Junta-se o fermento e o mel. Adiciona-se a água tépida e deixa-se repousar 15 minutos, tapado por um pano.
Entretanto, juntam-se as duas farinhas com o sal, envolvendo bem com uma colher de pau. Abre-se uma cova no meio. Nesta cova, verte-se a água com o fermento, que terá formado uma espuma. Cobre-se com um pouco mais de farinha de trigo e deixa-se repousar durante 15 minutos.
Bate-se então a massa durante 6 a 10 minutos em velocidade 2, até formar uma bola. Coloca-se num tabuleiro de ir ao forno, coberto com um pano húmido, e deixa-se levedar durante 2 horas.
Leva-se ao forno a 210º durante 30 minutos, findos os quais se baixa a temperatura para 150º, durante mais 15 minutos. Desliga-se o forno e deixa-se a broa a acabar de cozer durante mais 10 minutos.
Tira-se do forno e deixa-se esfriar um pouco antes de cortar.
Pode servir-se como entrada, cortada em fatias levemente torradas, com pimento grelhado, um fio de azeite e ervas.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Bolachas de amendoim

Ontem foi dia de fazer bolachas. Aproveitei o facto de estar sozinha à hora de jantar, visto que o pessoal cá de casa teve outros afazeres. E saíram estas bolachas de amendoim!




Ingredientes:

65 g de manteiga de amendoim
1 colher de sopa de óleo de amendoim
120 g de açúcar amarelo
1 ovo
90 g de amendoim picado grosseiramente
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de fermento
150 g de farinha de trigo integral


Bater a manteiga de amendoim com o óleo e o açúcar. Juntar o ovo e mexer bem. Adiciona-se então o amendoim picado.

Misturar a farinha, o bicarbonato e o fermento. Juntar as duas misturas e amassar com as mãos.

Fazer pequenas bolinhas, que se dispõem com algum espaço entre elas num tabuleiro de ir ao forno forrado com papel vegetal. Achatam-se as bolinhas com as costas de uma colher.

Levar ao forno a 180º durante 12 minutos.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Musse de diospiro

Sou uma grande fã de diospiros! É uma das coisas que adoro no outono. Nesta altura do ano, o meu lanche preferido é um diospiro acompanhado por umas bolachinhas de aveia e cacau. Por vezes (se bem que raramente, porque não duram muito no frigorífico), transformam-se numa sobremesa agradável.





Ingredientes:

200 ml de nata de soja
4 diospiros bem maduros
3 ovos
130 g de açúcar amarelo
4 folhas de gelatina transparente


Descascar os diospiros. No liquidificador, reduzi-los a puré com a nata de soja.

Demolhar a gelatina em água fria. Quando começar a amolecer, escorrer e desfazer a gelatina num pouco de água quente. Juntar a gelatina desfeita ao puré anterior.

Separar as gemas das claras e bater as gemas com o açúcar, até obter um creme esbranquiçado. Misturar o puré a este preparado.

Bater as claras em castelo e envolver cuidadosamente. Deitar a mistura em taças individuais e levar ao frigorífico de um dia para o outro.

Esta receita foi adaptada deste site.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Assado de cenoura, aipo e caju

Quem disse que a cozinha vegetariana é pouco sofisticada? Se estamos a falar apenas de saladas, massas e omeletes, talvez. E mesmo assim, é discutível! Ainda mais, se estivermos a falar da verdadeira cozinha vegetariana, podem encontrar-se receitas interessantes e desafiantes. Esta, não sendo muito difícil, precisa porém de tempo, porque, entre preparação e tempo de forno, leva duas horas a estar pronta a comer.

Gosto de receitas que levam tempo. Gosto de estar na cozinha e "perder" todo esse tempo, que é uma das minhas forma de combater um certo esprit du temps que nos leva a estar sempre com pressa, querer tudo para já, soluções rápidas. A vida e a mente humana não se compadecem com soluções rápidas e, a maior parte do tempo, as "receitas" da vida das pessoas precisam... de tempo.






Ingredientes:

1 haste de aipo com as folhas
750 g de cenouras
1 cebola
2 dentes de alho
125 g de caju neutro
150 g de pão ralado (sem lactose)
1 colher de sopa de tahini (pasta de sésamo)
1 1/2 colher de chá de cominhos
Sumo de meio limão
Azeite
Sal
Pimenta


Moer o caju. Cozer em água com sal a cenoura e o aipo. Reservar o líquido e reduzir os legumes a puré.

Refogar no azeite a cebola e o alho picados até ficarem dourados.

Juntar o puré, a cebola e o alho refogados e os restantes ingredientes e mexer. Adicionar 100 ml da água de cozedura dos legumes e temperar com sal e pimenta.

Levar ao forno a 200º durante 1 hora, tapado com uma folha de alumínio. Retirar a folha e deixar no forno mais 10 minutos. Retirar do calor e deixar repousar mais 10 minutos antes de desenformar.

Servir com uma salada mista.

Publiquei também esta receita no Sapo Sabores.

domingo, 25 de novembro de 2012

Migas com berbigão

Muitas vezes, as migas são associadas a comida gordurosa. Estas não o são de todo e fazem uma excelente entrada quando recebemos amigos.





Ingredientes:

0,5 kg de berbigão
1 chávena de tomate pelado e picado
1 cebola
2 dentes de alho
Azeite
Sal
Pimenta
Coentros picados
Pão de mistura do dia anterior


Lavar o berbigão e pô-lo de molho em água salgada cerca de duas horas.

Escorrer, levar ao lume com um pouco de água até abrir. Coar e reservar o caldo. Retirar o miolo das cascas.

Refogar a cebola e o alho no azeite; quando estiver dourado, acrescentar o tomate. Adicionar o caldo coado. Quando retomar a fervura, acrescentar o miolo de berbigão e os coentros.

Desfazer o pão e ir acrescentando à mistura anterior, de modo a absorver todo o líquido. Ir fazendo rolinhos com as migas.

Deixar repousar tapado. No momento de servir, levar ao forno em pequenas porções no modo grill para tostar.



sábado, 24 de novembro de 2012

Pão integral com bagas goji

As bagas goji aparecem hoje em dia como panaceia para todos os males. Parece que, de tempos a tempos, aparece um novo alimento ou ingrediente que cura e faz bem a tudo e mais alguma coisa. Sejam quais forem os benefícios das goji, a verdade é que têm um sabor muito agradável, que fazem deste pão uma coisa especial. E se nos fazem bem, melhor ainda!

Esta receita pode ser feita numa batedeira profissional, num robot de cozinha ou na máquina do pão, ou ainda amassando manualmente.





Ingredientes:

50 g de bagas goji secas
500 g de farinha de trigo integral
2 saquetas de fermento para pão (cerca de 10 g)
1 colher de sopa de açúcar amarelo
1 colher de chá de sal
Água


Colocar as bagas goji num recipiente com tampa. Ferver água, verter sobre as bagas, tapar e deixar repousar alguns minutos. Quando as bagas estiverem moles, retirar com uma escumadeira. Reservar a água e deixar arrefecer.

Quando a água estiver morna, medir 300 ml e a esses acrescentar o açúcar e o fermento. Deixar repousar durante 15 minutos, até que se forme uma espuma à superfície da água.

Juntar a farinha, o sal e as bagas. Abrir uma cova no meio. Verter a água, tapar com a farinha que fica nas margens e deixar repousar mais 15 minutos.

Bater com a vareta de amassar até formar uma bola. Deixar levedar durante duas horas, coberto com um pano humedecido.

Levar ao forno durante 30 minutos a 210º. Passado esse tempo, baixar para 150º e deixar 15 minutos. Desligar o forno sem retirar o pão e aproveitar ainda o calor mais 15 minutos.

Retirar e deixar arrefecer antes de fatiar.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Bolachas de aveia e cacau

Para quem é intolerante à lactose, uma das coisas mais difíceis de encontrar no mercado são bolachas sem laticínios na sua composição. Uma opção é procurar nos supermercados com uma zona dedicada a alimentação especial, onde normalmente se encontram produtos com pouca quantidade a um preço exorbitante. Outra opção, bastante mais conta e mais divertida, é fazer as bolachas em casa.

Esta receita é simples, rápida e deliciosa.




Ingredientes

150 g de açúcar amarelo
200 g de flocos de aveia
50 g de cacau magro em pó
1 ovo
1/2 colher de bicarbonato de sódio
100 ml de óleo de amendoim


Bater o ovo. Juntar os restantes ingredientes e misturar bem, desfazendo os grumos do açúcar. A mistura vai ficar um pouco solta, mas ganhará consistência com o calor do forno.

Barrar o tabuleiro de ir ao forno com papel vegetal. Deitar colheres da mistura com algum espaço entre elas e calcar com a parte de trás da colher para dar às bolachas uma forma achatada.

Levar ao forno durante 15 minutos a 180º. As bolachas saem do forno ainda moles, mas ganham consistência ao arrefecer.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Bolo de canela com cobertura de chocolate

Às vezes queremos fazer uma receita para a qual não temos os ingredientes todos e temos que improvisar. Uma das coisas mais divertidas é chegar a uma cozinha com a despensa quase vazia e pensar - com esta meia dúzia de ingredientes, o que é que posso fazer? Um exercício fantástico de criatividade na cozinha! Já o fiz várias vezes e em cozinhas que nem sequer eram minhas. Um dia destes conto aqui a história.

E por falar em falta de ingredientes, acontece-me às vezes querer fazer um bolo e não ter ovos em casa. O mais óbvio seria ir ao supermercado do lado e comprá-los. Mas não! A maior parte das vezes escolho a via difícil, claro, e sai um bolo sem ovos. Conheço várias receitas, que vão surgir aqui no blogue mais cedo ou mais tarde,  mas esta é uma das minhas preferidas, pela junção do sabor da canela com o sabor do chocolate.




Ingredientes:

Bolo:

150 g de açúcar amarelo
260 g de farinha de trigo integral
1 chávena de água quente
5 colheres de sopa de óleo de amendoim
2 colheres de sopa de canela em pó
1 colher de chá de fermento

Cobertura:

90 g de chocolate preto (sem lactose)
25 g de açúcar em pó
50 ml de natas de soja

Misturar numa taça os ingredientes secos do bolo. Juntar o óleo e por fim a água quente. Bater bem até atingir uma consistência homogénea e levar ao forno durante 40 minutos a 180º.

Derreter o chocolate em banho maria com a nata de soja. Acrescentar o açúcar em pó e misturar bem. Cobrir o bolo com esta mistura.



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Beringelas recheadas com camarão

As especiarias são sempre uma boa forma de dar a uma refeição um toque exótico. Esta receita é um excelente almoço para levar para o trabalho, acompanhado com legumes cozidos e arroz branco.




Ingredientes:

2 beringelas
170 g de miolo de camarão congelado
2 cebolas pequenas
4 dentes de alho
2 tomates
1 malagueta pequena
1/2 colher de chá de cúrcuma
1/2 colher de chá de gengibre em pó
Óleo de girassol
Sal
Açúcar


Abrir as beringelas ao meio no sentido longitudinal e retirar o miolo com cuidado para não partir a pele. Picar o miolo em cubos e reservar.

Alourar a cebola e o alho picados em óleo de girassol. Quando estiverem dourados, acrescentar as especiarias, a malagueta cortada ao meio (sem sementes) e o tomate picado em cubos, temperando com sal e uma pitada de açúcar.

Entretanto, passar os camarões por água a ferver, retirar da água e reservar.

Quando o tomate estiver já cozido, acrescentar a beringela e deixar apurar. Se necessário, retirar a malagueta para não ficar excessivamente picante. No final da cozedura, acrescentar os camarões.

Rechear as metades de beringela com o preparado, polvilhar com pão ralado e levar ao forno a dourar.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mini-muffins de espinafres com sésamo

Quando há uma festa cá em casa, os muffins de espinafres raramente faltam! Também são ótimos para piqueniques ou para usar como amuse-bouche.




Ingredientes:

2 ovos
1/2 chávena de leite de soja
1 chávena de folhas de espinafres cozidas
1 1/2 chávena de farinha de trigo integral
4 colheres de sopa de azeite
1 colher de chá de fermento
1/2 colher de sopa de sal
1 colher de chá de açúcar
Pimenta
Sementes de sésamo


No liquidificador, bater o leite de soja com os espinafres. Acrescentar os ovos e o azeite e bater bem.

Numa tigela, juntar a farinha, o fermento, o sal, o açúcar e a pimenta. Adicionar a mistura anterior e mexer com uma colher de pau até atingir uma mistura homogénea.

Untar as formas de muffins (faz 8 unidades) ou mini-muffins (faz 30 unidades) com azeite, repartir a massa e polvilhar com sementes de sésamo. Levar ao forno a 180º durante 20 minutos. A seguir, ligar o grill durante um minuto para tostar as sementes (atenção porque queimam rápido).

Esta receita foi inspirada por outra deste site.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Muffins de gengibre e romã

Em inglês, passion fruit é o nome que designa o maracujá. Na minha opinião, o verdadeiro fruto da paixão é a romã. Há lá coisa mais erótica do que os pequenos bagos vermelhos e suculentos deste fruto? Uma das maravilhas do outono, a romã junta-se ao gengibre (também ele um ingrediente supostamente afrodisíaco!) e ambos transformam-se em muffins de comer e chorar por mais.






Ingredientes:

2 chávenas de farinha de trigo integral
2/3 de chávena de açúcar amarelo
1 colher de chá de fermento
1/2 colher de chá de sal
1 noz de gengibre fresco ralado
1 colher de sopa de raspa de limão
1 1/4 de chávena de bagos de romã
1 chávena de leite de soja
1 ovo
1/4 de chávena de óleo de amendoim

Juntar a farinha, o açúcar, o fermento e o sal. Acrescentar o gengibre, a raspa de limão e os bagos de romã.

À parte, misturar o leite, o ovo e o óleo. Verter o líquido na mistura anterior e envolver bem.

Verter em formas de muffins (faz 12 unidades) e levar ao forno a 200º durante 20 minutos.

domingo, 18 de novembro de 2012

Bifes de frango com molho de curgete e mangericão

Ontem foi dia de comemoração cá em casa. E para celebrar, é preciso uma receita especial, acompanhada de um bom vinho!





Ingredientes:

8 bifinhos de frango
3 dentes de alho
50 ml de leite de soja
1 cebola
1 curgete
Folhas de mangericão
300 ml de caldo de galinha
200 ml de nata de soja
Sal
Pimenta
Azeite


Temperar os bifinhos com o alho picado, a pimenta preta e o leite de soja. Deixar marinar algumas horas.

Aquecer o azeite numa frigideira e dourar quatro bifinhos de ambos os lados em lume médio. Baixar para lume brando, temperar de sal e cobrir com uma tampa, deixando 5 minutos para cozer a carne sem secar. Repetir para os restantes bifes. Reservar, mantendo quente.

Com o que sobrou na frigideira, acrescentar a cebola picada e deixar refogar. Acrescentar depois a curgete cortada em palitos, temperar de sal e pimenta e deixar apurar, até os legumes ficarem cozidos.

Entretanto, numa panela, levar a ferver o caldo de galinha, após o que se junta a nata de soja. Quando começar a fervilhar, juntar o mangericão picado, mexendo sempre. Tirar do lume  e temperar de sal e pimenta.

Juntar o molho aos legumes e envolver bem. Servir os bifes com o molho por cima, acompanhados com feijão verde e batatas noisette.

sábado, 17 de novembro de 2012

Pão de alfarroba

Quando mudámos de casa e eu tive direito a uma cozinha com tamanho de gente, comecei logo a pensar em comprar uma batedeira profissional. Quando a adquiri, em segunda mão mas em ótimo estado (com direito a vários acessórios imprescindíveis), senti o mesmo que as outras pessoas sentem quando compram um novo smartphone ou um novo carro. Só queria experimentar o brinquedo recém-adquirido!

As batedeiras profissionais não só têm vários acessórios que se podem acrescentar, como também se destacam pela força do motor, que permite fazer coisas que as batedeiras domésticas não fazem. Como fazer pão!





Fazer pão não é difícil, mas exige tempo e paciência. É uma tarefa que demora na totalidade cerca de 3 horas, mas a maior parte deste tempo consiste em deixar o pão levedar.

Ainda por cima tem a enorme vantagem de podermos fazer um sabor diferente de cada vez! Esta receita, usando um produto muito português, é deliciosa e vale a pena ser posta em prática. Pode ser feita numa batedeira profissional, num robot de cozinha ou na máquina do pão, ou ainda amassando manualmente (para quem tiver braços e muito tempo livre).


Ingredientes

60 g de farinha de alfarroba
440 g de farinha de trigo integral
1 colher de sopa de mel
2 pacotes de fermento para pão (cerca de 10 g)
300 ml de água tépida
1 colher de chá de sal


Juntar o fermento, o mel e a água. Deixar durante 15 minutos até se ter formado uma espuma na superfície da água.

Entretanto, misturar as farinhas e o sal. Abrir uma cova no meio e verter o líquido anterior. Cobrir com a farinha que está nas margens. Deixar repousar mais uns minutos.

Bater com a vareta de amassar até formar uma bola. Deixar levedar durante duas horas.

Levar ao forno durante 30 minutos a 210º. Passado esse tempo, baixar para 150º e deixar 15 minutos. Desligar o forno sem retirar o pão e aproveitar ainda o calor mais 15 minutos.

Retirar e deixar arrefecer antes de fatiar.


Sopa de beterraba e gengibre

Reza a lenda que sempre gostei de sopa. Ao contrário dos miúdos que não querem comer a sopa, eu quando era criança só queria comer a sopa. Os meus pais adotaram uma estratégia inteligente - punham TUDO na sopa, passavam-na e davam-me uma sopa reforçada. Eu alimentava-me e ficava contente, e eles tinham menos trabalho para me convencer a comer.

Ainda hoje adoro sopa e cá em casa faz parte de todas as refeições. Esta é um êxito de bilheteira!





Ingredientes:

1 nabo
1 cebola
1 dente de alho
1 curgete
4 beterrabas
1 pedaço de gengibre fresco do tamanho de uma noz
15 cenouras grandes
1 colher de chá de sal grosso
Gengibre em pó


Cortar os legumes em dois e colocar na panela. Acrescentar o gengibre fresco cortado em lâminas grossas. Acrescentar água suficiente - no caso de uma panela normal, o suficiente para cobrir os legumes; no caso da panela de pressão, menos quantidade.

Levar a ferver até as beterrabas ficarem bem cozidas. Se usar a panela de pressão, equivale a vinte minutos desde que água começa a ferver.

Tirar do lume e passar tudo com a varinha mágica, até obter um creme de textura homogénea. Deixar apurar em lume brando durante mais 15 minutos (ou mais, se tiver tempo). No final, acrescentar o sal e mexer bem.

No momento imediatamente antes de servir, polvilhar com gengibre em pó.




quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dicas para ir ao supermercado se é intolerante à lactose

Quando descobri que era intolerante à lactose, ir às compras transformou-se numa nova experiência. Para além de ler os rótulos dos produtos que comprava para ver o valor nutritivo dos produtos, passei a ter que ler a composição de cada produto embalado. E descobri que a lactose está muito mais presente do que aquilo que pensava!

Pode sempre escolher ir a um supermercado com uma zona de alimentos para pessoas intolerantes, mas estes produtos são invariavelmente mais caros. Ou então pode ir a supermercados normais, desde que se sigam algumas regras.



Algumas dicas para facilitar as compras:

1. A zona dos laticínios está obviamente fora de questão. Atenção também à denominada margarina vegetal, que contém soro de leite na sua composição. Procurar como alternativas: natas de soja, iogurtes de soja, leites vegetais (bebidas de soja, arroz, aveia, amêndoa...), óleos vegetais (evitar os refinados e dar preferência aos puros), azeite. Também há no mercado um queijo creme de soja que é agradável e versátil para cozinhar. Todos os outros queijos, infelizmente, são insubstituíveis...

2. A não ingestão de laticínios implica uma atenção particular à ingestão de cálcio proveniente de outras fontes: legumes de folhas verdes, brócolos, feijão verde, ervas aromáticas, canela, amêndoas, sementes de sésamo e de linhaça (que devem ser partidas para facilitar a absorção do cálcio pelo organismo), peixes como a sardinha e o salmão, leguminosas como o grão, o feijão e a soja, azeitonas verdes, algas.

3. Um nutriente essencial para garantir a absorção do cálcio é o fósforo. Este encontra-se nos frutos secos, nos ovos, na carne vermelha, na carne de frango, no alho, nos cereais, para citar alguns exemplos.

4. Preferir produtos frescos a alimentos processados, visto que estes muito provavelmente contém lactose na sua composição.

5. Quando comprar produtos já preparados, escolher os que têm um rótulo com os ingredientes presentes na sua composição e evitar os que não têm rótulo. Ao ler os rótulos, para além dos óbvios - leite nas suas várias formas, soro de leite, leitelho, nata, manteiga -, atenção a ingredientes como caseína, caseinato, coalho, coalhada, lactulose e todos os componentes com "lacto" no nome.

6. Ler cuidadosamente os rótulos dos produtos de charcutaria - a maior parte contém leite ou alguma forma de lactose. Escolher aqueles que dizem "pode conter vestígios de leite" - são os que garantidamente terão apenas uma quantidade de lactose residual.

7. Os pacotes de bolachas são raramente livres de lactose. Deixar de comprar bolachas de pacote e começar a fazê-las em casa foi a minha opção, e não me arrependi! Neste blogue, encontrará algumas receitas com a etiqueta "Bolachas".

8. Também os cereais de pequeno almoço são raramente livres de lactose - uma exceção são algumas marcas de muesli.

9. Bolos e pastelaria são normalmente proibidos. A maior parte têm na sua composição manteiga, leite e outros produtos com lactose. O melhor é fazer os bolos em casa! Uma exceção a esta regra são os doces de ovos da doçaria tradicional portuguesa.

10. Na zona do pão, evitar tostas, mini tostas, pães de leite, croissants, pão de forma. A maior parte das marcas disponíveis no mercado têm lactose na sua composição. Em relação ao pão ralado, é importante ler o rótulo para poder encontrar as marcas que não utilizam estes produtos.

11. Escolher massas (quebradas, folhadas, ou outras) que apenas têm "vestígios de leite" na sua composição. Outra opção é fazê-las em casa, substituindo a manteiga por óleo de girassol.

12. Os chocolates de leite e branco estão fora de questão. Mas o chocolate preto e o de culinária muitas vezes aparecem no mercado sem lactose na sua composição. É usar e abusar!

13. Patés e cremes para barrar são na sua maior parte produtos com lactose. Pode procurar cuidadosamente aqueles que não o são (os patés de azeitonas, por exemplo, geralmente são aceitáveis), mas o ideal é usar patés feitos em casa.




quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O que é a intolerância à lactose?

De uma forma muito simples, a intolerância à lactose é a incapacidade do corpo para digerir a lactose, presente no leite e nos produtos derivados. Isso deve-se à insuficiência de lactase no organismo, a enzima que metaboliza a lactose para esta poder ser utilizada pelo corpo.

Esta insuficiência pode ser de nascença ou pode surgir mais tarde. O que significa que uma pessoa pode conseguir metabolizar a lactose durante a infância e desenvolver intolerância na adolescência ou na idade adulta.

De facto, a maior parte dos mamíferos desenvolve intolerância à lactose depois do desmame. No caso dos seres humanos, à medida que crescem, cerca de 75% das pessoas diminuem a sua capacidade para processar a lactose - logo, a maior parte das pessoas têm algum grau, mesmo que mínimo, de intolerância à lactose.

A intolerância tem vários graus de intensidade, desde a mais severa, que provoca sintomas após o consumo de produtos lácteos (dores abdominais, dificuldades digestivas, diarreia, náuseas...) até à mais ligeira, cujos sintomas são muito mais difíceis de detetar e que pode passar despercebida. Geralmente, provoca uma acumulação de toxinas no corpo que se reflete em aumento de volume do corpo, acne, flatulência.

Para uma diferenciação clara entre alergia e intolerância, ver os quadros comparativos no site do Alimenta.

Para além da lactose contida nos laticínios, as pessoas com intolerância à lactose devem ter atenção aos rótulos dos produtos comprados nos supermercados, na medida em que a lactose, o leite, o soro de leite, a manteiga e outros derivados estão muitas vezes presentes na composição dos produtos que compramos. Para algumas dicas sobre ir às compras, ver aqui.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Como descobri a intolerância à lactose


Desde sempre, o mundo dos alimentos foi para mim um universo vasto e diversificado. Ao facto de ter sido habituada desde pequena a ter que comer o que me davam (vá, tinha direito a não gostar de nabo cozido!), juntou-se a minha vivência na Ásia nos anos de transição entre a infância e a adolescência, que me trouxe uma panóplia de aromas, cores e sabores que ampliaram a minha experiência alimentar.

Ao longo do tempo, sempre houve alimentos que nunca faltaram no meu dia-a-dia – um desses alimentos era o leite, bem como os seus derivados.

Foi preciso chegar aos 30 anos para descobrir, completamente por acaso, que era intolerante aos laticínios. Tudo começou com dores nas costas – poupo-vos os detalhes e vou direta ao assunto. Consultei um osteopata, que por casualidade também era homeopata. E foi este homem que, mal me pôs os olhos em cima, ao ver a minha pele com borbulhas e as formas do meu corpo, me disse, sem rodeios, «você tem uma intolerância alimentar aos laticínios e tem que cortar totalmente com esses alimentos».

Dado que já tinha experimentado tudo o que havia para experimentar em relação a tratamentos para o acne e que parecia não haver meio de solucionar o problema, achei que mais uma experiência mal não faria.

Fiz então um teste durante um mês, período durante o qual rejeitei radicalmente todos os alimentos com lactose… e ao fim desse tempo o acne tinha melhorado visivelmente e, qual não foi o meu espanto, tinha perdido uma parte importante do volume do meu corpo!

Fui obrigada então a fazer uma transformação enorme na minha alimentação, mas que foi facilitada pelo prazer que tenho em cozinhar. No início, foi um desafio excitante cozinhar sem lactose e encontrar substitutos e alternativas para as receitas. E ainda bem, porque seguir uma dieta sem lactose é mais difícil do que parece - muitas das coisas que estamos habituados a comer contém laticínios e muitos dos produtos comprados nos supermercados têm ingredientes a evitar.

À medida que o tempo foi passando, fui adaptando as receitas, inventando receitas novas e viajando num mundo gastronómico de infinitas possibilidades… Uns anos mais tarde, surgiu este blogue, uma espécie de livro de receitas ou de diário gastronómico. Bom apetite!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...